Após tremores recentes, professor da USP, Marcelo Assumpção, explica sismicidade do Espírito Santo
Mapa da atividade sísmica do Brasil mostra que Espírito Santo é bem menos ativo que a maior parte do Brasil
Na noite de terça-feira (13), um tremor de terra de magnitude 1.4 MLv, registrado pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) assustou os moradores de Pancas, no Espírito Santo. Durante a madrugada, novos sismos de magnitudes ainda menores puderam ser sentidos pela população local.
Embora os tremores tenham gerado preocupações, Marcelo Assumpção, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP), que integra a RSBR, afirmou que não há razões para pânico. Isso porque o histórico de eventos no Espírito Santo sugere que o estado não tem alto grau de ameaça sísmica.
“Embora não seja possível prever a evolução da atividade deste ano, nenhum sismo no passado indica que o Estado do Espírito Santo tenha alto grau de ameaça sísmica”, explicou Assumpção, referência no estudo sobre terremotos no país.
Sismicidade do Espírito Santo
Conforme destacou o professor do Centro de Sismologia da USP, os tremores que têm ocorrido no Espírito Santo, como o de terça-feira, são de magnitudes muito pequenas. Segundo Assumpção, o fato deste último ter sido bem sentido significa que deve ter ocorrido a uma profundidade muito rasa, a menos de 1 quilômetro.
De acordo com o professor, a sismicidade do Espírito Santo é muito baixa, mesmo em termos de Brasil. Assumpção observou que não há nos catálogos nenhum sismo na parte continental do estado com magnitude superior a 3. Alguns sismos maiores têm ocorrido apenas no oceano, a dezenas ou centenas de quilômetros da costa do Espírito Santo e também não apresentam risco.
“Sismos pequenos assim podem ocorrer em qualquer local do Brasil e são resultado de acúmulo de tensões geológicas na crosta. No caso específico dos tremores deste ano em Pancas e proximidades, não sabemos qual a razão específica. Provavelmente é alguma pequena fratura (falha geológica) que se movimentou, mas não é possível afirmar com certeza sem estudos detalhados no local”, destacou Assumpção.
Sobre a Rede Sismográfica
A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) é a organização pública responsável por monitorar a sismicidade do território nacional através de suas quase 100 estações sismográficas espalhadas pelo país. As estações são operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB), Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e Observatório Nacional (ON). A RSBR conta ainda com o apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).
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Lorena Amaro
Coordenadora de Comunicação
Rede Sismográfica Brasileira (RSBR)
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